sexta-feira, 8 de abril de 2011

D'A Escuta, forçada ou não.


Escute de mim! Sim, escute aqui da minha boca fechada.
Você, sim, pare aqui e agora e me ouça.
Vá andando vagarosamente por minhas palavras tortas, súbtas armadilhas; espreito seu medo.
As palavras, tontas, entram por um ouvido e se recusam a sair pelo outro, dão meia volta forçadamente para voltarem de onde vieram, você quer saber? Não me importo se já deram voltas por aí, quero escrever-lhe agora para gravar a fogo na retina do amor que é meu. Meu coração que ama o seu, meus olhos que amam o seu olhar, e os lábios - meus - que amam a boca que é sua. Leia. Deixe-me gravar em todo seu corpo minhas palavras, escrever meu nome, gravar em tudo que é fisicamente seu: eu amo.
Você ama.

E agora é a minha hora. Hora de falar-lhe que amor é abismo.
Hora de falar dos ciúmes.
Do inexistente.
Do apenas nosso.
Escute minha boca fechada. Ouça minhas palavras escritas. Pare, você, e deixe cravar as palavras na retina, com vidro, com amor, com tudo o que poderia.
E o que posso.

Existência existêncialista?

Vou-me embora para não sofrer. Vou-me embora para não fazer sofrer.
Vou-me embora para cuidar de "nós", e deixar-te livre com tua felicidade, amor. Vou-me caminhando por ruas vazias para deixar em paz a alegria em dobro, e deixar a paz sobre meu sofrimento mútuo. Jamais saberão fazê-lo como faço, amor, e faço para alegrar-te sorrisos. Não que não saibamos de tudo, embora isso sabemos inclusive: "tudo no mundo é secreto".
É, já não sendo, amor, um bem dourado aos meus olhos. Aos teus olhos não sei o que és.
Vou-me embora agora para felizes orgulhos ter ao olhar-te por fora de mim e descobrir algo novo, já que nem mesmo o novo me desperta paixões mais; talvez agora o novo não seja mais novo. Posto isso, não se vale mais nada. Não se vale mais a pena que se gasta, o vinho tinto que se embriagava tonto e torto caiu em maus lençóis e manchou minha mente e imaginação.
Nada mais existe sem ti ao lado meu.