sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mate-me

Verte em ti cada furo em mim. Cada corte, gilete, mordida.
Cada pensamento. Cada crime.
Verte em ti o sangue dos passados malditos que se erguem agora entre o eu e o teu.
Verte-se em sangue sobre mim, cura-me os olhos e a lembrança.
Cura, que estão doentes. Cura, que viram muitos amores morrerem.
E isso quase os matou.
Mate em ti cada mim.
Mate em mim cada coisa tua.
Mate em ti o eu.
Mate eu em ti, por mim.
Mata-te por mim, que o eu morreu por ti.

Morte-me.

no........

Pare. Volte. Reviva tudo ao contrário.
Volte até o meu corpo.
Coloque a mão no punho do punhal.
Retire a punhalada que me deu.
Afaste-se.
Esconda de novo a faca, para que eu esqueça de tudo.

Agora...
Agora não fuja, como se estivesse apenas voltando para de onde veio.
Agora você para, deixa aparecer o punhal e me faça um favor: enfie-a no cú.

Seu prazer

Abre, corta.
Me arranca do coração um peito e em rodopios caio sobre as margaridas.
Elas se maqueiam de vermelho...
E eu com o novo tom de azul e roxo, danço ao vento para o seu prazer.

Gostou, minha pequena?