sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mate-me

Verte em ti cada furo em mim. Cada corte, gilete, mordida.
Cada pensamento. Cada crime.
Verte em ti o sangue dos passados malditos que se erguem agora entre o eu e o teu.
Verte-se em sangue sobre mim, cura-me os olhos e a lembrança.
Cura, que estão doentes. Cura, que viram muitos amores morrerem.
E isso quase os matou.
Mate em ti cada mim.
Mate em mim cada coisa tua.
Mate em ti o eu.
Mate eu em ti, por mim.
Mata-te por mim, que o eu morreu por ti.

Morte-me.

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